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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Análise de aula e livro didático de Língua Portuguesa

 DESENVOLVIMENTO

 ANÁLISE DAS AULAS DE PORTUGUÊS E DO LIVRO DIDÁTICO

O livro chama-se “Eu gosto mais”, das autoras Célia Passos e Zeneide Silva. Ele oferece a versão integrada, que abrange todas as disciplinas, e a versão individual. A escola adotou a versão individual, pois a integrada deixa pouco espaço para o aluno responder, e as atividades são muito reduzidas, segundo a professora. O livro possui dezesseis lições que são trabalhadas ao longo do ano. Cada lição inicia-se com um texto, seguido dos tópicos: trabalhando o texto, trabalhando as palavras, trabalhando a gramática e trabalhando a ortografia.

A professora utiliza o livro didático em todas as aulas de Língua Portuguesa e complementa com outras atividades de folha separada. O ensino se concentra na ortografia, mas a leitura e a escrita também são trabalhadas.                  

No ensino de ortografia, foi feito um mapeamento por meio de ditado no começo do ano letivo e em cada mês as aulas são concentradas em duas das dificuldades mais apontadas. A professora vai registrando o avanço do aluno em um quadro que pude identificar por conta das nossas discussões em torno do texto de Morais. Ao final do mês, é feito novo diagnóstico e o resultado tem sido satisfatório.        

No tocante à leitura, os alunos lêem um livro literário por semana e precisam recontar a história para toda a turma, além de lerem textos do livro didático e de folhas individuais escolhidos pela professora. Eles são trabalhados por meio de questões com respostas no texto e questões que extrapolam o mesmo.

Quanto à escrita, uma vez por semana as crianças fazem uma redação com tema definido pela professora. No tempo em que permaneci na escola, foram feitos um texto de receita com ingredientes e um texto sobre o ocorrido em Mariana recentemente.


  ANÁLISE DA ATIVIDADE DE ORTOGRAFIA

A atividade de ortografia coletada (em anexo) e que será analisada, trata-se de um conjunto de palavras em que a criança deve completar com F ou V e depois copiar novamente a palavra com uma dessas consoantes acrescentadas. A professora, ao propor esse exercício, quis ajudar os alunos a não confundirem essas duas letras, pois é algo que acontece muito.

Conforme afirma Morais (2007) “algo numa língua só constitui um fonema se, em oposição ao outro fonema, produz mudanças de significado.” Ao completar as palavras, a criança pode perceber que dependendo da letra que optasse, haveria uma variação entre os fonemas e consequentemente de significado, o que no caso dessa atividade específica, a palavra não faria sentido.

Para se alfabetizar-se, um indivíduo – criança, jovem ou adulto – precisa, inicialmente, compreender uma série de propriedades do sistema alfabético, para poder vir a usar as letras desse sistema com seus valores convencionais. Necessita, assim, compreender que o repertório de letras usadas para escrever sua língua é fixo, que não pode inventar letras e que só pode usar letras que, de fato, são utilizadas por quem já sabe ler e escrever. (MORAIS, 2007, P. 16)

Ao escolher essa atividade, a professora quis mostrar ao aluno que as palavras já possuem uma forma correta de escrever, e que esta precisa ser obedecida, conforme as normas ortográficas da língua materna.

É importante ressaltar que a professora levou em conta que seus alunos são principiantes no que se refere às regras de ortografia, portanto não exigiu deles algo que eles não fossem capazes de fazer. Ela também não misturou atividade de leitura com atividades ortográficas, cada uma tinha o seu momento durante a aula.

Caso a professora continue trabalhando com a ortografia da forma em que percebi durante o estágio, a apropriação e o domínio das normas ortográficas serão obtidos com êxito, pois ela já entendeu que é perfeitamente natural que os alunos confundam os sons durante a escrita e tem se empenhado nos exercícios a fim de ajudar os educandos a compreenderem todas as regras.

Concluo que se a professora permanecer presa a esse tipo de atividade, a criança não aprenderá outras regras, principalmente as que se referem às irregularidades. Palavras com F e V não são consideradas irregulares, logo são de fácil compreensão e não exigem muita atenção.

 ANÁLISE DA ATIVIDADE DE ESCRITA

Para realizar a atividade de escrita, foi proposto aos alunos que escrevessem uma receita com base nos ingredientes pré-estabelecidos na folha que eles usariam e ao final deveriam fazer uma ilustração. Não há definição do que exatamente deve ser ilustrado e nem qual o alimento que está sendo preparado, cabe à criança deduzir.

Conforme Marcuschi (2007), a redação proposta trata-se de uma descrição e foi trazido para o meio escolar um gênero textual do espaço social de uso diverso, que não necessariamente faça parte do dia a dia de uma criança de sete/oito anos.

De acordo com Marcuschi (2007) “os gêneros estão sujeitos, no seu processo de produção, a algumas restrições quanto à estrutura lingüística que comportam [...]”, ou seja, para se escrever uma receita, os alunos deveriam obedecer a determinada estrutura específica deste gênero, assim como fazer uso de palavras próprias de uma receita.

Ao abordar esse gênero em sala de aula, a professora, além de se desprender de redações convencionais e pouco significativas para a construção do conhecimento do aluno, deixou claro que a escrita de uma receita culinária é adequada para o ensino de conteúdos importantes não apenas de linguagem, mas também de conteúdos relacionados com a alimentação, hábitos familiares, desenvolvimento de habilidades de criação, entre outros. Seu objetivo foi explorar o conhecimento de mundo dos seus alunos, ampliar a capacidade de escrita a partir de textos não-verbais e fazer que os alunos sejam capazes de decodificar o gênero receita.

Ao produzir um texto, o autor, via de regra, tem em mente as condições de produção e de circulação textuais. Assim, leva em conta, entre outros aspectos: para quem, quando, sobre o que, com que objetivo escreve. Essas são as características que fazem o escritor se definir pelo gênero textual mais adequado ao contexto sociocomunicativo. (MARCUSCHI, 2007, p. 63)

Analisando a atividade e o momento em que esta foi proposta em sala de aula durante o estágio, a professora não deixou claro para quem, quando, sobre o que e o objetivo de se escrever a receita culinária, ela apenas explicou brevemente sobre o gênero e entregou a folha aos alunos.

Embora não tenha havido uma explicação sobre os objetivos do texto, é importante levar em conta que a professora se desprendeu dos temas clássicos de redação do espaço escolar e trouxe algo que provavelmente poderá vir a fazer, se é que já não faz, parte do cotidiano do aluno.

Caso a professora continue trabalhando os enunciados de forma vaga, quando o aluno for realizar uma prova de vestibular, por exemplo, ele não será capaz de escrever o que de fato está pedindo, podendo se confundir e não compreender, pois não foi acostumado a lhe dar com as exigências pré-definidas na escrita.

 ANÁLISE DA ATIVIDADE DE LEITURA

Para trabalhar a leitura, a professora levou para os alunos uma atividade composta por duas folhas. Na primeira tem o texto, que percebi faltar o final da história, e o início das questões referentes ao mesmo; e na segunda folha a continuação das questões. Exceto a última, todas as demais são perguntas em que se pode encontrar a resposta no texto, mas a terceira, o aluno não precisa escrever, somente marcar a resposta correta. A última trata-se de uma questão que extrapola o texto, onde a criança deve escrever um bilhetinho, assim como fez uma personagem da história.

Após analisar a atividade de leitura proposta e ler o texto de Silva (1999) Concepções de leitura e suas conseqüências no ensino, deduzi que a professora se baseou em “ler é seguir os passos da lição do livro didático”, embora não estivesse usando propriamente o livro didático nesse caso específico.

[...] os professores criam um tipo de concepção que nada mais é do que uma fotografia padronizada da sequência dos exercícios contidos na lição. De fato, uma observação mais atenciosa vai mostrar que, na maioria dos casos, a lição de leitura é estruturada a partir dos seguintes: (1) leitura do texto (silenciosamente e/ou em voz alta), (2) sublinhamento de palavras desconhecidas, (3) verificação do vocabulário, (4) questionário de compreensão/interpretação, (5) gramática e (6) redação. (SILVA, 1999, p. 14)

Durante todo o tempo do estágio, e não só na atividade de leitura analisada, a professora se ateve aos itens descritos por Silva (1999), deixando de trabalhar a complexidade que envolve a leitura, fazendo com que a leitura se torne mecânica e com um único objetivo que é o de ler para responder um questionário. Sendo assim, a professora acaba por comprometer o avanço do conhecimento do aluno.

Se essa prática do ler é seguir os passos da lição não for deixada um pouco de lado, segundo Silva (1999) isto pode gerar a ideia errada do processo de leitura, levando o aluno a concluir que ler, nada mais é que, nas palavras do autor, “oralizar o texto, fazer vocabulário, responder perguntas, aprender gramática e depois redigir”.

Se a professora não mudar sua prática, seus alunos não serão capazes de apreciar a leitura de outra maneira que não seja a descrita acima, o que pode acabar “matando” futuros leitores, ou seja, essas crianças nunca tomarão gosto pela leitura de um livro literário, por exemplo, pois ficou presa a um único propósito.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MARCUSCHI, Beth. Redação escolar: breves notas sobre um gênero textual. In: CAVALCANTE, Marianne C.B; MENDONÇA, Márcia e SANTOS, Carmi Ferraz (Orgs.). Diversidade textual: os gêneros na sala de aula. 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

MORAIS, Artur Gomes de. A norma ortográfica do português: o que é? para que serve? como está organizada? In: MELO, Kátia Leal Reis de Melo; MORAIS, Artur Gomes de e SILVA, Alesandro. Ortografia na sala de aula. 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.


SILVA, Ezequiel Theodoro da. Concepções de leitura e suas consequências no ensino. Florianópolis: Perspectiva, v. 17, n. 31, p. 11 – 19, jan./jun. 1999

domingo, 30 de julho de 2017

Síntese do texto "Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano"

No texto Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano (2000), Castrogiovanni, fala sobre alfabetização espacial e temporal. Ele define alfabetização espacial como “construção de noções básicas espaciais de localização, organização, representação e compreensão da estrutura do espaço elaboradas dinamicamente pelas sociedades” (p. 11) – e porque não reafirmar: uma sociedade de classes.

Por alfabetização temporal entende “a construção das noções temporais, a quantificação do tempo, a representação das categorias passado, presente e futuro e a caracterização de épocas” (p. 14). Ao tratar da construção da noção de espaço o autor aborda os conceitos de espaço vivido onde a criança até 2 anos inicia a construção da função simbólica e do espaço representativo formado por um momento intuitivo e operativo) e, o espaço percebido.

Com base na teoria de Piaget & Inhelder (1993), apresenta suas concepções de relações espaciais topológicas (vizinhança, separação, ordem ou sucessão, envolvimento ou fechamento e continuidade ou contínuo), de relações projetivas (direita e esquerda, frente e atrás, em cima e em baixo, ao lado de) e relações euclidianas, derivado dos anteriores (superfície, comprimento, distância, relação de razão e proporção).

Piaget e Inhelder abordam três tipos de relações espaciais que devem ser trabalhadas com a criança, são elas: primeiramente as topológicas mais importantes e vai até os 07 anos aonde a criança vai percebendo essas noções a partir do convívio com outras crianças. Em segundo lugar as projetivas que significa projetar imagens, posição de lateralidade e de espaço. Em terceiro lugar as euclidianas que é o estágio mais avançado, e é somente nesse nível que a criança consegue aprender e compreender as relações métricas.


Visando contribuir com a apreensão das noções espaciais no âmbito das relações espaciais estabelecidas, ao final o autor propõe várias atividades didáticas que abordam as questões tratadas no texto.

sábado, 29 de julho de 2017

Um breve estudo sobre AUTISMO

O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem, dentro do próprio âmbito da ciência, divergências e grandes questões por responder. Atualmente, embora o autismo seja bem mais conhecido, tendo inclusive sido tema de vários filmes de sucesso, ele ainda surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança autista ter uma aparência totalmente normal.

Esta patologia se diferencia do retardo mental porque, enquanto no primeiro a criança apresenta um desenvolvimento  uniformemente defasado, no autismo o perfil de desenvolvimento é irregular e pode ser desafiadoramente irregular, deixando os pais, e muitas vezes também alguns profissionais, perplexos.

Dentro do contexto familiar, o autismo intriga e angustia as famílias nas quais se impõe, pois a pessoa portadora de autismo, geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas enquanto outras se encontram bastante comprometidas.

Uma família que recebe um diagnóstico médico de autismo passa saber que aquele quadro ambíguo, aquele "algo errado" que percebia junto a tantas integridades em seu filho ou filha, é um sério comprometimento individual. Algumas famílias se agarram à fé, outras à ciência, outras tentam fugir da realidade a qualquer custo, e a maioria passa por todas essas formas de enfrentamento da situação.

A experiência da Associação de Amigos do Autista (AMA), que é uma experiência de pais e de educadores de autistas, constatou a importância de três caminhos a serem conscientemente buscados pelas famílias que se deparam com a questão do autismo. São eles:
- CONHECER a questão do autismo;
- ADMITIR a questão do autismo;
- BUSCAR APOIO de um grupo de pessoas que também estejam envolvidas com a mesma questão e que procuram conviver com ela da melhor maneira possível.

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
- inabilidade para interagir socialmente;
- dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
- padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O grau de comprometimento é de intensidade variável, vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.

Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum são os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:
1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.

Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.

O diagnóstico é essencialmente clínico e leva em conta o comprometimento e o histórico do paciente e norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).

Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado, cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas.

Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo, pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família, por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados. É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista. Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;

Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado. Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.

No que tange ao trabalho na escola, deve-se levar em conta que muitos autistas são pensadores visuais, não pensam através da linguagem. Geralmente, substantivos são as palavras mais fáceis de aprender, pois em sua mente ele pode relacionar a palavra a uma figura

Para ensinar substantivos, a criança precisa escutar a palavra, ver a figura e a palavra escrita simultaneamente. O mesmo deve acontecer quando for ensinar um verbo, exemplo: segure um cartão que diz “pular” e você fala “pular” enquanto executa o ato de pular

Crianças não-verbais terão mais facilidade em associar palavras às figuras se visualizarem a palavra escrita e a figura em um cartão. Alguns não entendem desenhos e, por isto, é recomendável trabalhar-se primeiramente com objetos reais e fotos.  Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança autista se não for demonstrado de forma concreta.

Ao ensinar o conceito de para cima / para baixo, utiliza-se um avião de brinquedo e diz “para cima” enquanto faz o movimento de decolagem e “para baixo”, enquanto faz o movimento de aterrissagem, dessa forma, a criança autista terá maior facilidade para compreender tais conceitos.

Muitas crianças autistas são boas em desenho, artes e na utilização de computadores, outras também apresentam fixação num assunto específico.  A melhor maneira de lidar com esta fixação é usá-la para motivar os trabalhos da escola. Se a criança gosta de trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios incluindo o universo dos trens neles.

Muitas vezes, crianças mais velhas e não-verbais, conseguem aprender melhor através do toque nos objetos. Pode ser ensinado o significado das letras, permitindo que as crianças toquem letras de plástico. Elas podem aprender a rotina diária, sentindo alguns objetos, minutos antes da atividade ser executada. Por exemplo: quinze minutos antes do almoço, dê uma colher para que segurem.

Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham mais fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido, para diminuir o contraste. Pode-se utilizar papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. É importante evitar amarelo brilhante, pois pode incomodar os olhos dos autistas.

Os jogos, por seu caráter coletivo, permitem que alunos com autismo troquem informações, façam perguntas e explicitem suas idéias e estratégias avançando em seu processo de aprendizagem e socialização.

Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua rotina diária. Para auxiliar nessa necessidade, pode-se montar a rotina semanal utilizando fichas / cartazes organizando a rotina diária/semanal do aluno autista.


Referências

MELLO, Ana Maria S. Ros. Autismo: guia prático. 2ª ed. São Paulo, Corde,2001.


NILSSON, Inger. Introdução a educação especial para pessoas com transtornos de espectro autístico e dificuldades semelhantes de aprendizagem. Em PDF.Congresso Nacional sobre a Síndrome de Autismo 2004.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O que é TECNOLOGIA, INTERNET e COMPUTADOR

Tecnologia é um produto da ciência e da engenhariaque envolve um conjunto de instrumentos, métodose técnicas que visam a resolução de problemas. É uma aplicação prática do conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa.
A palavra tecnologia tem origem no grego "tekhne" que signfica "técnica, arte, ofício" juntamente com o sufixo "logia" que significa "estudo".
As tecnologias primitivas ou clássicas envolvem a descoberta do fogo, a invenção da roda, a escrita, dentre outras. As tecnologias medievais englobam invenções como a prensa móvel, tecnologias militares com a criação de armas ou as tecnologias das grandes navegações que permitiram a expansão marítima. As invenções tecnológicas da Revolução Industrial (século XVIII) provocaram profundas transformações no processo produtivo.
A partir do século XX, destacam-se as tecnologias de informação e comunicação através da evolução das telecomunicações, utilização dos computadores, desenvolvimento da internet e ainda, as tecnologias avançadas, que englobam a utilização de Energia Nuclear, Nanotecnologia, Biotecnologia, etc. Atualmente, a alta tecnologia, ou seja, a tecnologia mais avançada é conhecida comotecnologia de ponta.
As novas tecnologias são fruto do desenvolvimento tecnológico alcançado pelo ser humano e têm um papel fundamental no âmbito da inovação.
Os avanços da tecnologia provocam grande impacto na sociedade. Pelo lado positivo, a tecnologia resulta em inovações que proporcionam melhor nível de vida ao Homem. Como fatores negativos, surgem questões sociais preocupantes como o desemprego, devido a substituição do Homem pela máquina ou a poluição ambiental que exige um contínuo e rigoroso controle.


Internet

Internet é um conjunto de redes mundial, e o nome tem origem inglesa, onde inter vem de internacional e net significa rede, ou seja, rede de computadores mundial. A internet, que pode ser escrita com a primeira letra em maíscula, ou minúscula, é uma rede de computadores interligadas, que possibilita o acesso a informações sobre e em qualquer lugar do mundo.
A internet surgiu mesmo em 1993, onde deixou de ser utilizada apenas por governos e de natureza acadêmica, e passou a estar presente nos diversos segmentos de empresas, residências, e etc. As conexões para acessar a internet também evoluiram muito com o passar dos anos, tornando-a cada vez mais rápidas e práticas.
A internet é composta por milhões de redes particulares, formada por residências, empresas, universidades, órgãos do governo, e etc., e tornou-se um fenômeno, pois é através dela que as pessoas tem a possibilidade de coletar informações sobre qualquer assunto do seu interesse, em qualquer lugar no mundo.
A internet permite o acesso a informações de todos os tipos e de muitas transferências de dados, além de uma grande variedade de recursos e serviços, como emails, serviços de comunicação instantânea, compartilhamento de arquivos como músicas e fotos, redes sociais, e uma infinidade de outros temas.

Computador

O computador é uma máquina electrónica que permite processar dados. O termo provém do latim computare (“calcular”).
Um computador é composto por uma série de circuitos integrados e outros componentes relacionados, que possibilitam a execução de uma variedade de sequências ou rotinas de instruções indicadas pelo utilizador. Estas sequências são sistematizadas em função de uma grande variedade de aplicações práticas e determinadas, num processo que se denomina programação.
Para funcionar, o computador necessita de programas informáticos (software) que fornecem dados específicos, necessários para o processamento dos dados. Uma vez obtida a informação desejada, esta pode ser utilizada internamente ou transferida para outro computador ou componente electrónico.
Ainda que a tecnologia tenha evoluído desde o aparecimento dos primeiros computadores na década de 40, a maioria ainda respeita a arquitectura (ou o modelo) Eckert-Mauchly, proposta por John von Neumann e criada por John Presper Eckert e John William Mauchly.
Esta arquitectura concebe quatro secções principais num computador: uma unidade lógica e aritmética (Arithmetic Logic Unit – ULA), uma unidade de controlo, uma memória (uma sequência de células de armazenamento numeradas, onde cada uma é uma unidade de informação conhecida como bit ou dígito binário) e dispositivos de entrada e saída. Todas estas partes encontram-se interligadas por um grupo de cabos denominados barramentos.

Os circuitos eletrônicos mais complexos são os que estão incluídos nos chips dos microprocessadores modernos, os quais contêm uma ULA muito poderosa. Cada microprocessador pode ter múltiplos núcleos e estes, por sua vez, múltiplas unidades de execução (cada uma delas tem várias ULA).

quinta-feira, 27 de julho de 2017

PROJETO MINERAÇÃO: DESASTRE NA CIDADE DE MARIANA

Turma: 5º ano do Ensino Fundamental
JUSTIFICATIVA
Este projeto surgiu da necessidade da turma em entender o momento atual de nosso estado em relação ao rompimento da barragem em Mariana.
OBJETIVOS GERAIS
Valorizar as formas conservativas de extração, transformação e uso do recursos naturais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar a situação ambiental da sua localidade: proteção e preservação do ambiente e sua relação com a qualidade de vida e de saúde.
Conhecer e identificar as diferenças entre ambientes preservados e degradados, causas e conseqüências para a qualidade de vida das comunidades, desde o entorno imediato até de outros povos que habitam a região e o planeta, bem como das gerações futuras;


            DENVOLVIMENTO (EMBASAMENTO TEÓRICO)
“A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e co-responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais.” 

SORRENTINO et all: Educação ambiental como política pública, 2005.

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade." 

Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º.





“A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.”

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°.
                   
METODOLOGIA
PORTUGUÊS
 - Leitura e interpretação de texto informativo sobre o tema

MATEMÁTICA
 - Usar porcentagem: calcular o número de casas e famílias afetadas pelo rompimento da barragem e a expansão da área atingida com base no que tem sido exposto pelos meios de comunicação.

GEO/HISTÓRIA
O aluno deverá pesquisar sobre:
- a história da cidade
- principais aspectos geográficos
- a origem do nome da cidade
- lugares afetados pela lama

LITERATURA
- Pesquisar as influências dos estilos literários na construção da cidade de Mariana
ARTES
 - Fazer o desenho da cidade antes e depois da tragédia
- Dramatizar a história com os personagens: Empresa SAMARCO(exploradora), moradores das proximidades da barragem (desabrigados), prefeito da cidade.

                    AVALIAÇÃO
A avaliação será contínua e processual durante o ano letivo através da observação e registros.
                 CRONOGRAMA
Este projeto terá a duração de 15 dias
                REFERÊNCIAS:

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: 128p

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Artes visuais segundo o PCN

Segundo o PCN Arte (1997), a educação em Arte deve propiciar essencialmente o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética do aluno, pois desenvolve a sensibilidade, a percepção e a imaginação, no que diz respeito as diversas formas artísticas quanto com relação a maneira de apreciar e conhecer as produções e diferentes culturas da humanidade. Portanto, o ensino da Arte como condição formativa, conduz a criança à descoberta de sua individualidade, bem como amplia sua visão de mundo multicultural e, então, a Arte traduz-se em comunicação, onde a criança seleciona aspectos de seu meio os quais se identifica, assim como os organiza e os ressignifica conforme o contexto sócio-cutural que interage.

Martins (1998), também, diz que “o processo de ensino-aprendizagem em arte envolve ações implícitas nas várias categorias do aprender / ensinar, como objetivos a serem alcançados quanto à aprendizagem de fatos, conceitos, procedimentos, valores, atitudes e normas” (p. 139-140).

Nesse enfoque salienta-se, também, Ferraz & Fusari (1999, p.20) quando dizem que é indispensável que o plano de estudos em Artes Visuais tenha noções a respeito da Arte produzida e em produção pela humanidade, incluindo artistas, obras, espectadores, comunicação dos mesmos e a própria autoria artística e estética de cada aluno com relação a formas visuais, sonoras, verbais, corporais, cênicas, audiovisuais. Assim, é preciso trabalhar o fazer artístico em desenho, pintura, gravura, modelagem, escultura, música, dança, teatro, vídeo, etc., sempre articulado e complementado com as vivências e apreciações estéticas da ambiência cultural

As visualidades citadas no parágrafo acima permitem aos alunos expressarem-se e comunicar-se entre si de várias formas, uma vez que é possível usá-las de modo particular em inúmeras possibilidades. A educação em artes visuais exige um trabalhão atualizado sobre os conteúdos e experiências relacionados aos materiais, às técnicas e às formas visuais de vários momentos da história, incluindo os momentos contemporâneos.

A educação visual não pode deixar de lado a complexidade de uma proposta educacional que considere as possibilidades e os modos de os alunos transformarem seus conhecimentos em arte, ou seja, a maneira como aprendem, criam e se desenvolvem em artes visuais.

É importante levar em conta os elementos que compões as artes visuais, tais como ponto, linha, plano, cor, luz, movimento e ritmo para se criar e perceber as formas visuais. As articulações desses elementos nas imagens origina em uma configuração de códigos que se modificam ao longo dos tempos. As normas de formação das imagens podem ser apreendidas pelos educandos como conhecimento e aplicação prática recriadora e atualizada em seus trabalhos, à medida que seus trabalhos forem acontecendo.

No que tange ao ensino de artes visuais, conclui-se que é imprescindível levar em conta as técnicas, procedimentos, informações históricas, produtores, relações culturais e sociais que permeiam a experiência que trará suporte às suas representações sobre arte. Estas representações se modificam ao longo do tempo, à medida que o processo de aprendizagem avança.

  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394. República Federativa do Brasil, 20 de dezembro de 1996. _______. Ministério de Educação e Cultura. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte. Brasília: MEC, 1997.

FERRAZ, Maria Heloisa C. e FUSARI, Maria F. de R. Metodologia do Ensino da Arte. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 1999.

FUSARI, Maria F. de R. e FERRAZ, Maria Heloisa C. Arte na Educação Escolar. São Paulo:Cortez, 1993.


MARTINS, Miriam Celeste Ferreira Dias. Didática do Ensino da Arte: a língua do mundo: poetizar, fluir e conhecer a arte. São Paulo: FTD, 1998.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Escola: que espaço é esse?

A escola, atualmente, vem sendo motivo de preocupação dos educadores.

As rápidas e acentuadas transformações sociais tem mostrado a necessidade de repensar a escola. A escola, de modo geral, tem sido um lugar de mero cumprimento de obrigações, de cobrança e rituais impostos aos alunos.

Estes nada escolhem e nada podem. Não escolhem a sala de aula, nem os colegas, nem os professores, nem os livros que desejam ler...

A única coisa que tem sido interessante é o ir para a escola, os colegas, o recreio, os intervalos, a pipoca, o sorvete...

Os educadores vem se preocupando em transformar a escola e a sala de aula num lugar prazeroso, onde os alunos possam, voluntariamente, pedir para ir, querer estar e querer ficar.

Como transformar a escola num lugar de alegria e os estudos num ato prazeroso? Como podemos ter uma escola de qualidade? Como reconstruir a Escola? Este é um desafio para cada educador. Temos que desencadear reflexões e encontrar alternativas para fazer da sala de aula um lugar mais interessante, de aprendizagem significativa e de acompanhamento do progresso dos alunos.

A vida da escola está ligada a nossa própria vida, e nós vivemos para ser felizes. O aluno precisa aprender na escola conhecimentos que são necessários para a interpretação da própria vida, para vivê-la bem, no sentido pleno de sua realização humana e no sentido de seu crescimento individual e social.

Ensinamos, aprendemos, nos educamos também para melhorar a sociedade. Se a escola é atrativa, ela ajuda o aluno a se desenvolver, convivendo com seus colegas e professores, voltados para objetivos que se concretizem em atividades articuladoras do conhecimento, da arte e da vida. O professor, além de conhecer o conteúdo que leciona, precisa aprender a sorrir para seus alunos, construir relações positivas de aprendizagem, envolvendo os mesmos em atividades de enriquecimento curricular.

São riquíssimas as oportunidades de crescimento cultural e social que a escola pode oferecer ao aluno. Quando o aluno participa da seleção das atividades escolares, ele sente que a escola é sua e que nela pode se manifestar de várias formas: apresentando trabalhos criativos, investigando para satisfazer a sua curiosidade, demonstrando seus sentimentos, suas ideias e suas habilidades, enfim, estruturando suas diferentes  formas de pensar e sentir a vida. Neste sentido a escola deve se organizar por dentro, para atender às necessidades básicas de seus alunos. Sair do esquema burocrático e assumir a sua própria autonomia para decidir, junto com a comunidade escolar, o seu currículo, compreendido como a vida escolar, que tem como alvo a formação do cidadão, capaz de se autogovernar e governar a sociedade. Para cumpri esta missão, é importante avaliar, constantemente, a escola, a seleção de conteúdo, as metodologias, as atividades e avaliar a própria avaliação.

Assim, escola tem possibilidades de dar condições aos alunos de adquirir conhecimentos, desenvolver sua capacidade de criar, recriar, opinar, criticar e participar da própria organização de trabalho escolar pelo exercício dos princípios da solidariedade e da liberdade, que ajudam na produção de novos conhecimentos e de novas formas de viver a vida.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Resumo do texto "Relações professor-aluno na sala de aula"

LIBÂNEO, José Carlos. Relações professor-aluno na sala de aula. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1994. p. 249-255. 
              


No capítulo Relações professor-aluno na sala de aula, do livro “Didática”, Libâneo (1994) traz a discussão sobre aspectos cognoscitivos da interação professor-aluno, aspectos sócio-emocionais e a disciplina. O autor afirma que é denominada “situação didática” a relação entre professor e aluno na forma de se comunicar e relacionar afetivamente tendo como propósito a organização e a motivação do trabalho docente.

Libâneo (1994) define aspecto cognoscitivo o processo ou movimento que transcorre no ato de ensinar e no ato de aprender, ou seja, o professor expõe para os alunos os objetivos da aula, conteúdos, problemas e exercícios.  Para se obter êxito na interação dos aspectos cognoscitivos é importante manipular os recursos de linguagem, conhecer o nível dos alunos, ter um bom plano de aula, objetivos claros e o domínio da língua Portuguesa.

É importante que o professor tenha em mente que não deve somente transmitir conhecimento, mas também ouvir seus alunos, ajudando-os a se expressarem a exporem suas opiniões e dar respostas.

Segundo Libâneo (1994), aspectos sócio-emocionais são os vínculos afetivos entre o professor e os alunos. O docente deve se preocupar em interagir com seus alunos levando em conta os objetivos e o conteúdo da aula.

De acordo com o autor, uma relação carinhosa, que teríamos com algum parente, precisa ser evitada, cabe ao professor saber dosar a severidade e o respeito. É necessário perceber que no processo pedagógico a autoridade e a autonomia precisam conviver juntas: a autoridade do professor e a autonomia do aluno, uma vez que este último traz consigo suas particularidades.

De acordo com Libâneo (1994), o controle da disciplina é um dos aspectos de maior dificuldade encontrada pelo professor na sala de aula. Este está diretamente relacionado à prática docente. A autoridade se da através do domínio da matéria lecionada e dos métodos utilizados e no trato com a classe e as singularidades de cada aluno.

domingo, 23 de julho de 2017

Resumo do livro "A invenção da sala de aula: uma genealogia das formas de ensinar"

CARUSO, Marcelo; DUSSEL, Inês. A autoridade da pedagogia. A invenção da sala de aula: uma genealogia das formas de ensinar. São Paulo: Moderna, 2003.


No texto A autoridade da pedagogia, do livro A invenção da sala de aula: uma genealogia das formas de ensinar, Dussel e Caruso (2003) inicia o primeiro parágrafo afirmando que o espaço da sala de aula e as estratégias de ensino ainda estão presas à ideia de que são maneiras de governar a alma e o copo e os alunos devem permanecer sentados de determinada maneira e levantarem a mão caso desejem dizer algo. Os autores explicam que essas estratégias de ensino não são neutras, pois trazem histórias que desconhecemos.

A autoridade é o tema principal do texto e, conforme os autores, ter autoridade não implica em fazer o que quiser, é preciso exercer a autoridade com responsabilidade, tendo ciência dos efeitos que ela pode trazer. Os autores propõem uma revisão do conceito de autoridade, que em grande parte assume um tom insultuoso devido à associação ao autoritarismo.

Segundo Dussel e Caruso (2003), a pedagogia se transforma na voz autorizada a falar sobre a educação e consequentemente a voz que da autorização a todos à sua volta: alunos, professores etc. A autoridade se transforma em uma imposição e compromete disposições e sentimentos.

Os autores citam alguns exemplos de autoridade definidos  por Max Weber e Sigmund Freud e concluem que é possível analisar a autoridade pedagógica tomando como base as perspectivas destes teóricos. A autoridade pedagógica pode ser vista como legal-racional, tendo com base regras claras e professores ou cientistas da educação, uma vez que possuem a qualificação necessária para fazê-lo; ou como uma autoridade tradicional ou carismática.

Dussel e Caruso trazem a questão da autoridade versus liberdade e cita Jean-Jaques Rousseau, pedagogo estudioso do paradoxo entre estes dois conceitos. Segundo Rousseau, a criança já nasce boa e a evolução natural dela é a base da pedagogia e o papel do professor não é impor regras, mas sim conduzir para que ela as descubra sozinha.

Embora citem vários teóricos que pensaram a questão da autoridade, os autores acreditam que é importante existir ordem, uma vez que isto é o que rege a sociedade, portanto faz-se necessária uma autoridade que a conduza, organize, levando em conta que sua autoridade é “uma rede horizontal de pessoas e instituições”.

sábado, 22 de julho de 2017

Fichamento do texto "Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos"

SAVIANI, Dermeval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, v.12, n.34, jan./abr. 2007.


Saviani (2007), no artigo Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos, trata da relação entre trabalho e educação. Nota-se que ocorre uma determinada distinção dessas instâncias ao longo do processo histórico, entretanto esses termos são inseparáveis.

O autor retrata diferentes sociedades: comunal, escravista, feudal e a burguesa e a sociedade contemporânea capitalista na qual estamos inseridos atualmente.  

De acordo com Saviani (2007), o trabalho e a educação são essenciais à existência do homem. O autor fala da questão da consciência humana, sua capacidade de produzir seus meios de vida e de adaptar a natureza às suas necessidades. O homem consegue tudo isso por meio do trabalha e isso é o que distingue sua natureza humana, logo, a essência do homem é o trabalho.

Para Saviani (2007), o que garante a existência humana é a educação, ou seja,
o homem forma-se homem, pela produção e pelo processo educativo. O trabalho define a essência humana (p.155).

Em seu texto, Saviani (2007) traz uma comparação entre as mudanças ocorridas na organização da sociedade, gerando a divisão social do trabalho, surgindo assim classes sociais e diferentes tipos de educação, o que leva ao surgimento, no escravismo antigo, da ‘educação dos homens livres’ e da ‘educação dos escravos e serviçais’.

O autor comenta à respeito da etimologia da palavra escola, definindo-a como lugar de ócio, tempo livre e qual a importância da educação. Segundo Saviani (2007), era do Estado o dever de organização do sistema de ensino, e hoje em dia é o sistema produtivo que dita as necessidades educacionais. A separação entre escola e produção culmina na partição que se foi registrando ao longo da história entre trabalho manual e trabalho intelectual.

Saviani (2007) fala da sociedade contratual, onde sua base esta findada no direito positivo e não somente no direito natural ou costumeiro. Por conseguinte, o domínio de uma cultura intelectual, onde a parte importante é o alfabeto, faz-se necessário a todos os componentes da sociedade.

O autor afirma que a educação dos muitos trabalhadores dava-se associado ao exercício das próprias funções. Nesse contexto, produzia-se para atender às necessidades de consumo e somente à medida que a produção excedesse essas necessidades, poderiam ocorrer trocas.

Para Saviani (2007), no ensino fundamental, a educação se resume a aprender a ler e escrever ser introduzido na sociedade moderna, logo, a sociedade nada mais é que uma referência para a organização do ensino fundamental. A relação entre trabalho e educação está implícita, pois não estuda acerca do processo de produção em si, mas sim sobre o mundo em qual vive e sobre a função do trabalho.

No ensino médio, a relação entre trabalho e educação é explícita, no sentido que o conhecimento é relacionado ao processo de trabalho (prática). Os alunos aprendem como a ciência e seus princípios são aplicados ao processo produtivo. Não se quer formar técnicos especializados, mas politécnicos. Entende-se por politécnicos “os que dominam os fundamentos científicos das diferentes técnicas utilizadas na produção moderna” (SAVIANI, 2007, p. 161). Essa formação é primordial uma vez que cabe a ela fazer a união entre escola e trabalho, entre instrução intelectual e trabalho produtivo. 

É no Ensino Médio que os alunos aprendem por meio da Física, Química, Desenho Técnico etc. não saberes separados que não têm finalidade, mas sim conhecimentos e práticas sobre o mundo do trabalho no qual todos serão inseridos.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Linha do tempo documentário A história do número 1

·       A história do número 1 começa no inicio dos tempos, há mais de três bilhões de anos.

·       O número um era representado por um traço em um osso encontrado 20 mil anos atrás no Congo. Ele representava um número porque tinha exatamente 60 riscos de um lado e 60 de outro.

·       4000 a. C. os Sumérios, na antiga civilização da Suméria o Oriente, ao invés de representar o 1 com um risco, passaram a representá-lo na forma de um cone.

·       Como o número 1 passou a ser representado em forma de um cone, os Sumérios puderam subtrair, além de somar e contar. O número 1 era utilizado para cobrar impostos e calcular lucros e prejuízos.

·       No Egito, 3000 a. C. o número 1 se tornou uma medida. Ele era representado por uma linha. O 10 representava uma corda, o 100 uma corda em espiral, o 1000 uma lotus, o 10.000 um dedo indicador e o 1.000.000  era representado por um prisioneiro pedindo perdão.

·       Para ter mais precisão em suas obras, os egípcios criaram uma medida de contagem por meio do braço de um homem mais a palma de sua mão. Isto foi chamado de cúbito e originou a régua.

·       2500 atrás o número 1 se tornou a essência do universo.

·       520 a.C., na Grécia Antiga, Pitágoras criou a ideia de números pares e ímpares. De acordo com sua teoria, tudo era feito de números, mas a ideia de que o 1 era o centro de tudo levou à sua ruína, pois muitas coisas não poderiam ser feitas com números inteiros.

·       212 a.C. os Romanos passaram a utilizar o numero 1 em seus exércitos: eram 10 homens em uma divisão e 10 divisões num total de cem homens chamados de centúrias. Eles desenvolveram seu próprio jeito de escrever os números: I para o um, V para o cinco, X para o dez, C para o cem e M para o mil.

·       400 d.C. os indianos viam o número 1 como “o iluminado”. Eles criaram números grandes. O Rajju era a distância que um “deus” percorreria em seis meses se ele viajasse 1.000.000 de km a cada piscar de olhos. Os indianos criaram os algarismos 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9, chamados por nós de algarismos arábicos, embora tenham sido criados na India.

·       O número 1 e os demais números estavam ficando conhecidos ao redor do mundo, mas ainda não tinham derrotado os velhos algarismos romanos na Europa o que ocorreu depois de algum tempo, pois os números indianos eram mais práticos de serem utilizados do que os números romanos.

·       Em 1679, na Alemanha, um matemático alemão criou o sistema binário, usado até os dias de hoje.


·       Em 1944, na Inglaterra, foi criado o primeiro computador que utilizava o sistema binário: o Colossus. Sua invenção ocorreu durante a segunda Guerra Mundial e, possivelmente, evitou dois anos de guerra, uma vez que era mais rápido para decifrar as mensagens alemãs.