Este
relatório possui a finalidade de registrar minha prática de observação do
estágio curricular obrigatório do curso de Pedagogia na Educação Infantil e nos
anos iniciais do Ensino Fundamental. Pretende-se, além de descrever um pouco a
escola, enfatizar as aulas de educação física.
A
escola é privada e fica localizada em um bairro da região metropolitana de Belo
Horizonte. Oferece o ensino da Educação Infantil até o nono ano do Ensino
Fundamental há mais de vinte e cinco anos.
A
escola possui uma quadra pequena para a prática de atividades físicas. Todas as
turmas tem Educação Física duas vezes por semana e somente as turmas do sexto
ao nono ano do Ensino Fundamental tem um professor qualificado para a
atividade. As aulas de Educação Física das turmas de Educação Infantil e
primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental são ministradas por professores
responsáveis pelas disciplinas conteudistas.
Dentro
das práticas de atividades físicas, estão jogos como futebol, queimada e vôlei,
alongamentos, corridas, dentre outras. Algo que me chamou a atenção foi uma
imensa preocupação em resgatar com os alunos brincadeiras sadias que faziam
parte da infância em anos anteriores, tais como rouba-bandeira e amarelinha.
Por
ser uma instituição de ensino privada, há uma excessiva preocupação em passar
todo o conteúdo disciplinar; por isso, os alunos não tem muito tempo para
brincar no recreio. Dez minutos são destinados ao lanche e os dez restantes, às
brincadeiras, onde o aluno pode fazer o que quiser, desde que não desrespeite
as regras de convívio e conduta impostas pela escola. O recreio é realizado nas
dependências externas da escola. Como o espaço não é muito grande, os alunos
podem brincar na quadra sob supervisão de algum professor.
A
Educação Física é considerada pelos pesquisadores da área como uma cultura
humana, por que ela estuda e atua sobre um conjunto de praticas de movimentos
ligados ao corpo criados pelo homem, sendo assim podendo ser referida como
cultura do corpo, ou cultura de movimento, ou cultura física. A escola
considera a Educação Física como cultura e enfatiza sua importância no ensino
básico como as outras disciplinas, no desenvolvimento não só de aptidão física
como também mental.
Para
Melhem (2012), o objetivo principal de um professor de Educação Física é tornar
sua aula o mais inclusiva possível, dando oportunidade de aprendizagem e
respeitando o tempo e a forma de aprender que cada criança possui. Levando em
conta os três campos de intervenção que são trabalhados na recreação: o
conhecimento do corpo, o reconhecimento do espaço conjugado com a manipulação
de diversos tipos de objetivo e a relação que o aluno tem com o outro.
O
Ministério da Educação (MEC) traz na Lei de Diretrizes e Base (LDB, 1996) que a
Educação Física é uma disciplina que tem relevante importância na formação do
ser humano, por isso ela é obrigatória na grade curricular da educação básica
em todo território nacional salvo nos casos previsto em lei. “A Educação
Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular
obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno, que
cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas, maior de trinta anos
de idade, que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação
similar, estiver obrigado à prática da Educação Física. Amparado pelo
Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969, que tenha prole”.
A
criança já trás consigo algumas experiências vivenciadas no decorrer da
infância, umas mais outras menos, dependendo muito dos contatos que tiveram com
outras crianças, e a escola se mostrou muito atenta à essa
questão,proporcionando brincadeiras que eram antes individuais e simbólicas
para brincadeira agora social e com regras simples como pega - pega, esconde –
esconde entre outras, brincadeiras que permitam que a criança vivencie vários
movimentos dentro de algumas delimitações.
Brincadeiras
com algumas regras permitem a criança alguns movimentos básicos como agarrar,
lançar, desviar de obstáculos e outros movimentos simples. Segundo Gallahue (2007) a criança nessa fase
está em processo de mudanças no desenvolvimento motor, ela está entrando no
primeiro estágio da fase dos movimentos especializados. A progressão para
estágios mais amadurecidos de um padrão de movimentos fundamentais depende de
vários fatores experimentais, incluindo oportunidades para a prática,
encorajamento e ensino em ambiente propício ao aprendizado.
Foram
observadas a realização de atividades de pular corda com objetivo de trabalhar
lateralidade, agilidade e flexibilidade. Futebol misto onde as equipes eram
compostas por meninos e meninas com o objetivo de interação de ambos os gêneros
na atividade proposta e locomoção. Pega - pega com objetivo trabalhar
velocidade e agilidade. Lenço a trás com objetivo de desenvolver aspectos
cognitivos como a atenção. Corrida de carriola com objetivo de trabalhar
coordenação e a confiança nos colegas. Corrida de quatro apoios, com objetivo
de trabalhar a coordenação motora, locomoção. Gato e rato com objetivo de
trabalhar a percepção de espaço temporal, localização, trabalho em equipe,
coordenação óculo visual. Atividades cantadas com movimentos como estatua com
objetivo de volta a calma.
Durante
o estágio observou-se que as atividades de Educação Física propostas pelo professor
contemplaram grande numero de conteúdos estipulados pelo PCN obedecendo e
respeitando a faixa etária de seus educandos e também respeitando as
brincadeiras, jogos e atividades presentes na cultura regional.
O
professor trabalha com muita criatividade os movimentos corporais dos
educandos, tendo em vista que a escola fornece poucos materiais para o
desenvolvimento das aulas de Educação Física. Assim, podemos considerar que as
aulas de Educação Física da escola onde foi realizado o estágio são fundamentadas
pelo PCN.
Concluis-se
que o estágio supervisionado é a forma de aproximação dos conteúdos
apresentados durante a formação acadêmica, vivenciando a realidade que se
encontra dentro do âmbito escolar, sendo sua prática indispensável para a
formação do profissional da educação
Referência bibliográfica
Brasil Ministério da Educação e Cultura.
Brasília, 2013. Lei de diretrizes e bases, lei nº 9. 394, de dezembro de 1996,
artigo 26. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 11 maio 2016.
Brasil Secretaria de Educação Funtamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação física /Secretaria de Educação
Fundamental. 5ª ed. Brasília: MEC/SEF. 2007.
GALLAHUE DLJC, Ozmun JDG. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês
crianças, adolescentes, e adultos. 7ª ed., dados eletrônicos – Porto
Alegre: AMGH 2013; 58-78.
MELHEM, Alfredo. A prática da educação física na escola. Rio de Janeiro 2ª ed.
Sprint, 2012.
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