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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Circulação de conhecimento e práticas de educação no Brasil colonial (séculos XVI a XVIII).

FICHAMENTO

VEIGA, Cynthia Greive. Circulação de conhecimento e práticas de educação no Brasil colonial (séculos XVI a XVIII). História da Educação. São Paulo: Ática, 2007. C2; p. 49-78.

·       O pluralismo étnico-cultural deve ser levado em conta ao debater sobre a educação no Brasil. (p49)

·       O grande número de etnias indígenas deve ser respeitado, uma vez que, quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia, segundo a autora, 1.175 línguas distintas. O fato de nativos africanos terem sido trazidos também não pode ser ignorado. (p50)

·       Franceses, holandeses, alemães e espanhóis também colonizaram o Brasil, assim como os portugueses. Ambos impuseram sobre os nativos seus costumes e idiomas. (p50)

·       A colônia portuguesa repudiou todos os métodos educacionais do Brasil, o que resultou em um modelo lusitano de educação, que trazia valores e matérias que funcionavam em Portugal. (p51)

·       A autora traz dois itens necessários para o estudo da educação na época da colonização: a diversidade das atividades educacionais e a relação entre educação colônia e expansão ultramarina. (p51)

·       Existiam vários locais diferentes de sociabilidade onde se podia obter algum conhecimento cultural, como as academias literárias, bibliotecas, confrarias e irmandades. (p51)

·       Veiga (2007) associa a educação colonial às transformações religiosas, às questões humanistas, à expansão da burguesia mercantilista e à composição Igreja-Estado. (p51)

·       A Igreja e a colonização portuguesa se uniram para evitar a expansão do protestantismo e também por conveniências econômicas. (p52)

·       Posterior à abolição da Ordem dos Templários, criou-se, em Portugal, a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, que receberam os bens provindos da ordem suprimida.

·       Luiz Gonzaga Cabral reduz a doutrina civilizadora dos jesuítas em: ir e ensinar para cristianizar. (p55)

·       Veiga (2007) define “ir” como o triunfo sobre distâncias culturais, tendo como objeto os indígenas. (p55)

·       Os jesuítas utilizaram métodos não convencionas à prática pedagógica daquele período para catequizar os índios. (p56)

·       Os padres aprenderam o idioma dos índios e começaram a celebrar as missas no idioma deles, usando inclusive cantos religiosos e cantigas portuguesas. (p57)

·       Anchieta ordenou a gramática da língua brasílica a fim de publicar os catecismos, orações, peças de teatro, dicionários e outras gramáticas, conforme afirma a autora. (p58)

·       A língua que os escravos utilizavam fora extinta, passando a imperar a língua imposta pelos lusitanos: o português. (p58)

·       No ano de 1632 os jesuítas instituíram a Missão de São Miguel Arcanjo no território do Rio Grande do Sul. (p59)

·       Veiga (2007) atesta que “ensinar”, para os jesuítas, tinha particularidades divergentes: as práticas de pregação e alfabetização dos indígenas, o ensino de artes e ofícios, que compreendia os escravos africanos, e a educação dos filhos dos colonizadores brancos. (p60)

·       No ano de 1549 o primeiro colégio jesuíta foi consolidado em Salvador. Foi o Colégio Meninos de Jesus, ou Colégio da Bahia. Eram educados, por meio da alfabetização da língua portuguesa os meninos índios, que também aprendiam catequese, aritmética, canto e o manuseio de instrumentos musicais. (p60)

·       Os jesuítas englobavam em suas práticas catequéticas o aldeamento, a prática do trabalho regular e o ensino de ofícios. Usavam diversas estratégias com o intuito de reestruturar a doutrina cristã. (p62)

·       Em 1578 ocorreu, com a criação das aulas de gramática portuguesa, latim, retórica, matemática, filosofia e teologia mural, a primeira colação de grau no Brasil. (p63)

·       Outras ordens religiosas, bispado, governo real, corporações, confrarias e sociedades literárias foram outros modelos educacionais utilizados no período colonial. (p64)

·       No ano de 1750 foi inaugurado o Seminário de Nossa Senhora da Boa Morte, primeira instituição religiosa de Minas Gerais, que tinha como objetivo educar os filhos dos colonizadores. (p65)

·       Segundo Veiga (2007), naquele período existia padrões educacionais desvinculados da Igreja e do Estado. Professores ou padres mestres lecionavam nas casas dos alunos ou em suas próprias casas, em aulas que também eram abertas ao coletivo. (p66)

·       A autora cita Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792), como um dos que obteve educação em domicílio, por meio do seu irmão mais velho, o padre Domingos dos Santos Xavier. (p66-67)

·       Os escravos se associaram às irmandades de pretos para manterem vivas suas tradições e costumes, como o congado e o reisado, por exemplo. (p68)

·       Os jesuítas, segundo a autora, foram, em seus colégios, os primeiros a instituir as primeiras bibliotecas brasileiras. (p69)

·       Veiga (2007) afirma que a educação das mulheres não se destinava a aprender somente os fazeres domésticos, mas, assim como os homens, cada mulher recebia os ensinos conforme sua condição étnico-social. (p71)

·       A iniciação educativa das meninas índias aconteceu nos aldeamentos, e não pelos jesuítas, como era como os meninos índios. (p71)

·       A autora expõe um quadro mostrando as profissões femininas em Vila Rica (MG) no ano de 1804, que são: costureira, enfermeira, faiscadora, fiandeira, lavadeira, padeira, quitandeira e vendeira. E em São Pedro (BA), no ano de 1775, as profissões femininas foram: costureira, cozinheira, doceira, engomadeira, ganhadeira, lavadeira, padeira, rendeira e vendeira. (p72)

·       Veiga (2007) ressalta que muitas mulheres administravam seus próprios bens ou de seus maridos falecidos ou que estavam viajando. (p73)

·       Somente a partir do século XVIII que as mulheres nobres e burguesas passaram a freqüentar os colégios, logo não havia o ensino de gramática latina ou ocupação de cargos públicos para meninas antes daquele período. (p75)












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