Resumo
RUIZ,
Maria José Ferreira. O papel social do professor: uma contribuição da filosofia
da educação e do pensamento freireano à formação do professor. Revista Iberoamericana de Educación. Nº 33
(2003), pp. 55-70.
Ruiz
(2003, p.55) inicia seu texto citando Gadotti (1998) que afirma que um novo
bloco histórico está surgindo, deixando de lado o bloco hegemônico. Nesse caso,
o papel profissional da educação precisa ser reformulado. Quando o povo tem
acesso ao saber mais elaborado, ele tem condições de se proteger e se preparar
para uma sociedade melhor.
De acordo com a autora Maria José
Ferreira Ruiz, todos os educadores precisam se adequar política e socialmente,
notando as alternativas de ações culturais e sociais. Não há saber nem
ignorância total. Todo saber, segundo Gadotti (1998), traz consigo sua própria
superação.
Ruiz (2003, p.57), afirma que é
preciso que os profissionais da educação acreditem na mesma para que haja
mudanças sociais e é necessário confiar nessas transformações.
Segundo Ruiz (2003, p.58), para se
atuar na área da educação, é preciso “tomar partido, assumir posições”. A
autora diz que a filosofia pode contribuir para que a educação seja pensada,
analisada e refletida, abandonar o “fazer por fazer” é imprescindível para tal
ato.
Ela cita Severino (2001), que buscou
contextualizar o surgimento da filosofia da educação. Para ele, “a educação é
considerada o único instrumento apropriado para a construção de uma sociedade
laica e justa, gerenciada por um aparelho estatal que se inaugura a partir de
um projeto político.”
Ruiz (2003, p.60) afirma que a
filosofia da educação deve se esforçar na elaboração da imagem do “homem como
sujeito da educação”.
Ruiz (2003, p.61) novamente cita
Gadotti (1998) ressaltando que por causa da ditadura militar, o pedagogo se
formou como um educador passivo, apolítico, técnico sem preocupações
sociopolíticas, fora da realidade na qual é inserido. Aponta ainda que, segundo
Gadotti (1998), o profissional da educação necessita questionar a realidade em
que vive para elaborar transformações na sociedade.
Assim como Maria José citou Gadotti
(1998), citou também Paulo Freire, afirmando que a educação não é neutra. Ou se
educa para o silêncio, ou se educa para formar um cidadão crítico, incapaz de
permanecer calado.
A autora Maria José Ferreira Ruiz
(2003, p.24-25) afirma que a educação é um ato político. Há grande resistência
por parte do corpo docente em aceitar as transformações. Ela usa Gadotti (1998)
e Paulo Freire que dizem que existem quatro categorias que talvez contribuam
para as transformações substanciais da educação: contradição, divergência,
desobediência e desrespeito. Ambos teóricos não reduzem a educação ao ato
político, mas concordam que, “apesar da política não dar conta de toda a
complexidade pedagógica, ela não deve ser ignorada na esfera educacional.”
Ruiz (2003, p.69) conclui seu texto
dizendo que, embasados no discurso de Gadotti (1998), os professores devem
querer participar da transformação da educação nesse novo mundo que está
surgindo.
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