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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Implicações e perspectivas da pesquisa educacional no Brasil Contemporâneo.

GATTI, Bernadete. Implicações e perspectivas da pesquisa educacional no Brasil Contemporâneo. Cad. Pesquisa São Paulo, n. 113, jul. 2001. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/cp/n113/a04n113.pdf > 

Gatti (2001), em seu texto, discute sobre o impacto social das pesquisas educacionais, investigando o possível aproveitamento dos conhecimentos vindos de pesquisas em educação nas ações de educadores e em políticas educacionais, questionando-se se a consistência metodológica exerce o algum papel relevante na pesquisa.

O autor inicia sua pesquisa analisando o final dos anos 30, quando foi criado Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, onde começaram a desenvolver estudos mais precisos sobre a educação no Brasil. Algum tempo depois, com o INEP, a construção do pensamento educacional brasileiro, mediante pesquisa sistemática, encontrou um espaço específico de produção, formação e estímulos.

O artigo busca analisar as pesquisas de caráter econômico, com trabalhos sobre a educação como investimento, demanda profissional, formação de recursos humanos técnicas programada de ensino. A expansão intensa do ensino superior e da pós-graduação sendo necessária e inevitável. Surgem grupos de investigação em alfabetização e linguagem, aprendizagem escolar, formação de professores, ensino e currículos, educação infantil, fundamental e média, educação de jovens e adultos, ensino superior, gestão escolar, avaliação educacional, história da educação, políticas educacionais, trabalho e educação.

Mediante críticas relativas às questões de teoria e método, tendo dificuldades na pesquisa até os dias atuais, se revelando  desigual quanto a sua elaboração teórica e quanto à utilização de certos procedimentos de coleta de dados e de análise, a autora verifica nas universidades, onde a pesquisa educacional se desenvolveu, que em poucos programas de mestrado e doutorado começavam a formar tradição, enfrentando condições ainda não favoráveis. As universidades brasileiras não aliavam pesquisa de ensino, focavam no ensino para dar um diploma profissionalizante e não para incorporar o conhecimento como parte de sua função. Apenas na década de 80 e 90 houve redefinições das exigências para as carreiras docentes universitárias, trazendo mudanças importantes no âmbito institucional.

A autora conclui o artigo apontando os fatores que proporcionaram a falta de  participação das instituições de ensino superior nos projetos de desenvolvimento e a pouca utilização das pesquisas educacionais. Os pesquisadores levantaram problemas para esta colaboração, tais como: administradores escolares que não recorrem a pesquisas para o desenvolvimento de seus projetos, projetos de pesquisa excessivamente individualizados, com descontinuidade na produção e problemas de comunicação e difusão.


Enquanto a pesquisa questiona e tenta compreender cada vez melhor as questões educacionais, os administradores, técnicos e professores estão atuando a partir dos conceitos e informações que lhe foram disponibilizados em outra oportunidade. Para a autora, é como se houvesse uma sensibilidade social ao que é mais rigoroso, ao menos frágil metodologicamente que não se pode demolir facilmente pelas lacunas nas coletas de dados, e que, também, não se pode contra-argumentar com facilidade.

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