No
capítulo cinco do livro Teorias de currículo, Lopes e Macedo (2011) tratam da
questão do que deve ser ensinado na escola. Elas afirmam que a matéria possui
diversas formas de ser ensinada.
Segundo
as autoras, a escola pode organizar várias atividades práticas fora da escola,
com museus e parques. Quando o aluno é convidado a ir para esses lugares, penso
que há uma grande chance de ele se interessar muito mais pela aula.
As
autoras definem organização disciplinar com uma técnica de organização e
controle de saberes, sujeitos, espaços e tempos em uma escola. O que elas
querem dizer é que se trata de um sistema de organização pedagógica feita em
torno de um quadro de horários onde o professor é designado para uma turma a
fim de ensinar conteúdos previamente definidos no currículo.
Lopes
e Macedo defendem que a organização disciplinar escolar é dominante nos
currículos em muitos países, pois é concebida como uma instituição social
necessária, uma vez que essa organização possui conteúdos que são tidos como
legítimos e devem ser passados a todas as gerações. As autoras afirmam que a
organização disciplinar também define princípios para a formação de professores
e, entre outros, orienta a maneira que é emitida os certificados e diplomas.
As
autoras trazem nesse capítulo algumas ideias da teoria de Dewey. Segundo elas,
o pensamento desse teórico é de que o currículo não pode ser um anexo externo à
vida da criança, nem pode como o currículo clássico, se basear em princípios de
rotinização e recitação de informações. De acordo com Dewey, a escola precisa
ser encarada como expressão de comunidade, ou seja, o aprendizado não pode ser
uma preparação para uma possível vida futura do aluno em qualquer organização
social, mas sim um processo contínuo que tenha sentido para o educando.
Ainda
segundo Dewey, o papel da escola é ser democrática, para promover a democracia
na sociedade. Se focar o currículo baseado nesse princípio, é possível a
solução dos problemas sociais.
Filósofos
dessa matriz do pensamento curricular valorizam as disciplinas de referência e
o conhecimento especializado como fontes para o currículo e para as finalidades
da educação. Enquanto Dewey compreende a dimensão psicológica associada à
possibilidade de inserir a matéria escolar na experiência dos alunos, Hirst e
Peters entendem a dimensão psicológica como possibilidade de tornar a lógica
das disciplinas assimilável pelos alunos.
Muitas
críticas são desenvolvidas em relação à concepção das disciplinas escolares com
base nas estruturas das disciplinas de referência. Em meio a essas críticas, os
curriculistas norte-americanos se organizam num movimento de reconceituação do
campo do currículo.
A
partir das escolhas teóricas feitas pelas autoras, pode-se compreender que não
há um saber priorizado que, uma vez dominado, nos remeta a uma disciplina.
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