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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Livro Teorias de Currículo: capítulo 5

No capítulo cinco do livro Teorias de currículo, Lopes e Macedo (2011) tratam da questão do que deve ser ensinado na escola. Elas afirmam que a matéria possui diversas formas de ser ensinada.

Segundo as autoras, a escola pode organizar várias atividades práticas fora da escola, com museus e parques. Quando o aluno é convidado a ir para esses lugares, penso que há uma grande chance de ele se interessar muito mais pela aula.

As autoras definem organização disciplinar com uma técnica de organização e controle de saberes, sujeitos, espaços e tempos em uma escola. O que elas querem dizer é que se trata de um sistema de organização pedagógica feita em torno de um quadro de horários onde o professor é designado para uma turma a fim de ensinar conteúdos previamente definidos no currículo.

Lopes e Macedo defendem que a organização disciplinar escolar é dominante nos currículos em muitos países, pois é concebida como uma instituição social necessária, uma vez que essa organização possui conteúdos que são tidos como legítimos e devem ser passados a todas as gerações. As autoras afirmam que a organização disciplinar também define princípios para a formação de professores e, entre outros, orienta a maneira que é emitida os certificados e diplomas.

As autoras trazem nesse capítulo algumas ideias da teoria de Dewey. Segundo elas, o pensamento desse teórico é de que o currículo não pode ser um anexo externo à vida da criança, nem pode como o currículo clássico, se basear em princípios de rotinização e recitação de informações. De acordo com Dewey, a escola precisa ser encarada como expressão de comunidade, ou seja, o aprendizado não pode ser uma preparação para uma possível vida futura do aluno em qualquer organização social, mas sim um processo contínuo que tenha sentido para o educando.

Ainda segundo Dewey, o papel da escola é ser democrática, para promover a democracia na sociedade. Se focar o currículo baseado nesse princípio, é possível a solução dos problemas sociais.

Filósofos dessa matriz do pensamento curricular valorizam as disciplinas de referência e o conhecimento especializado como fontes para o currículo e para as finalidades da educação. Enquanto Dewey compreende a dimensão psicológica associada à possibilidade de inserir a matéria escolar na experiência dos alunos, Hirst e Peters entendem a dimensão psicológica como possibilidade de tornar a lógica das disciplinas assimilável pelos alunos.

Muitas críticas são desenvolvidas em relação à concepção das disciplinas escolares com base nas estruturas das disciplinas de referência. Em meio a essas críticas, os curriculistas norte-americanos se organizam num movimento de reconceituação do campo do currículo.


A partir das escolhas teóricas feitas pelas autoras, pode-se compreender que não há um saber priorizado que, uma vez dominado, nos remeta a uma disciplina.

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