A pesquisa “O conselho de classe e a
construção do fracasso escolar“ se situa no Rio de Janeiro e analisa o
comportamento educacional de professores tanto do lado urbano quando do lado
rural de Rio de Janeiro. Por meio de
cinquenta micropesquisas que duraram cerca de um ano, os pesquisadores
trilharam por duas salas de quarta serie (cada uma situada em um lado sócia;
rural/urbano) e registraram os discursos apresentados durante os conselhos de
classe.
Os conselhos de
classe transformaram-se em ótimas oportunidades para captar os papeis e
atitudes tomados pelos profissionais da educação, apesar de que atualmente,
nessas três décadas, pouca coisa mudou na estruturação própria desses
agrupamentos. O aluno é sempre visto
como agente não discursivo e externo a instituição, e a instituição em si, é
vista como apenas um repassador de dados.
(citação) ...Sua atualidade deve-se ao fato de, apesar
das reformulações sofridas pela escola nos últimos trinta anos, o processo de
avaliação ter sido pouco alterado, ou seja, mantém-se o foco no conteúdo em
detrimento da cultura do aluno ou aluna, promovendo a exclusão e o impedimento
à construção da cidadania...
A escolha desses
locais como fonte de dados se deve a abertura emocional e mental dos
professores entre eles mesmos, permitindo que estes exprimem suas impressões
sobre determinados elementos das turmas. Portanto, o método de pesquisa foi
baseada na triangulação com dados advindos tanto de pesquisas, notas de campo e
entrevistas, como em analises de reuniões e dentro das próprias salas de
aula. Partindo se do centro das
instâncias de trocas avaliativas é que se tem a conotação de julgamentos e se
observa o nível de aplicação de práticas acadêmicas.
As reuniões, de
acordo com a pesquisa, eram fundadas em discursos de opinião, sendo assim, os
alunos eram comentados por esses professores, aonde era frequente a interrupção
de um argumento por outro de cunho emotivo igual. Para a pesquisa, os
estudantes eram vistos como problemáticas caso apresentassem qualquer dificuldade
ao profissional e raramente eram lidados dentro da escola. Casos desse porte
eram lidados por psicólogas, fonoaudiólogas, psiquiatras, logopedistas ou
psicopedagogas. A busca por uma solução fora do ambiente escolar alivia a
tensão da necessidade de maiores esforços e assim permite tornar suas práticas
dogmáticas.
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